A testemunha falsa que profere mentiras
No livro de Provérbios, no capítulo 6, lemos o seguinte nos versos de 16 a 19: “Estas
seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos
altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração
que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o
mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas
entre irmãos.
A sexta coisa que é odiada por Deus, conforme
se vê no texto é a testemunha falsa que profere mentiras. Recentemente,
preguei isso na igreja e ficou bem caracterizado que, embora seja um
verso bem simples de ser compreendido, existem alguns ensinamentos
importantes sobre o texto. O que se verifica é que existem duas ideias
força no verso: 1ª: testemunha falsa; e 2ª: profere mentiras. Não basta
ser uma testemunha falsa, ela ainda mente. Quantos de nós nos envolvemos
nessa situação sem percebermos que isso acontece. Como isso pode
acontecer conosco, mesmo sendo pessoas ou se considerando pessoas
convertidas?
A testemunha falsa pode
ser alguém que não necessariamente sempre foi uma testemunha falsa.
Temos que vigiar para evitarmos que, mesmo sendo pessoas convertidas,
não venhamos a cair em armadilhas que nos levam a dar falsos testemunhos
sobre algo ou sobre alguma pessoa. Como pode ocorrer isso com alguém
que serve a Deus? Como uma pessoa que é sua amiga pode testemunhar
contra você? Ou como você pode testemunhar contra alguém que é seu
amigo?
A Bíblia nos apresenta algumas coisas que podem ser fatores
dessa mudança de comportamento, em especial naqueles que não vigiam ou
não se aprofundam na Palavra de Deus. Não me refiro à estudos
teológicos, mas ao aprofundamento da meditação na Palavra de Deus. Vou
destacar algumas dessas coisas, que, por sinal, são notórias a cada dia
em nossas vidas.
A primeira dessas coisas que pode mudar sua opinião, seu testemunho sobre alguém é o suborno. Em Ec 7.7, temos: “Verdadeiramente que a opressão faria endoidecer até ao sábio, e o suborno corrompe o coração”. Já no livro dos Salmos 26. 9 e 10, lemos o seguinte:
“Não apanhes a minha alma com os pecadores, nem a minha vida com os
homens sanguinolentos, em cujas mãos há malefício, e cuja mão direita
está cheia de subornos”.
Veja que o sábio nos ensina
algo que é uma realidade até os dias atuais. O suborno corrompe o
coração. Isso quer dizer que um suborno é capaz de mudar uma atitude. Um
suborno não é necessariamente dado por meio de dinheiro. Essa é a forma
mais comum, mas um presente, um cargo, uma chantagem, enfim, muitas
outras coisas podem ter força para subornar alguém e fazê-lo mudar sua
opinião sobre alguém, levando-o a testemunhar falsamente. Mas, o que é
pior e isso acontece muito no seio da igreja que se diz cristã, suborno é
algo muito real em nossas igrejas. Um cantor que tem que mudar algo em
sua vida ou em seus louvores para gravar por determinada gravadora, um
pastor que para sair candidato a cargo político é obrigado a aceitar
certos favores, um líder que pressiona alguém prometendo algum cargo a
esse alguém na sua igreja, enfim, isso é algo tão comum em nossos dias
nas nossas igrejas que nem obervamos o que o salmista falou: suborno é
coisa de pecadores, de homens sanguinolentos.
Um outro fator que nos leva a mudar nossa opinião sobre alguém ou sobre algum ministério é o interesse pessoal. Miquéias nos alertou no livro que leva seu nome: “Os
seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam
por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se
encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR no meio de nós? Nenhum
mal nos sobrevirá.” Mq 3.11. Novamente aqui aparece o
suborno, que acaba sendo um instrumento de uso do interesse pessoal, mas
o que foco é o interesse pessoal. Vemos que chefes dão sentença por
suborno, não por decisão justa. Sacerdotes ensinam por interesse e
profetas adivinham por dinheiro. Como isso é real em nossos dias. O que é
pior, eles mesmo comentam que o Senhor está com ele. Isso é uma das
coisa que mais acontece na igreja de Cristo Jesus. No verso 16 do livro
de Judas, lemos: “Estes são murmuradores, queixosos da sua
sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas
mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse.”
Pergunto
para você, meu irmão, já viu alguém que admira uma pessoa por
interesse? Não nos parece que isso é para nós hoje? Que tristeza, pois
essa é uma triste realidade da igreja de Jesus nos dias atuais.
Quero mostrar mais duas coisas que, segundo a Bíblia, nos levam a testemunhar falsamente contra alguém.
A vaidade pessoal,
ou seja, aquele sonho de se aparecer, brilhar, ser alguém que os outros
admiram, isto é, aquelas pessoas que tem gosto em sua própria glória,
faz com que alguém mude sua opinião sobre outra pessoa. (Ver Sl 4.2,
Prov 30.8 e Ef 4.17).
Um outro ponto que sempre nos leva a
testemunhar falsamente contra alguém, isto é, mudar nosso conceito ou
opinião sobre alguém que sabemos ser honesto é quando queremos ou somos
levados a gerar maledicência. Quando
Moisés mandou os 12 espias para verificar como era a terra de Canaã, ao
retornarem todos tinham em comum acordo o quanto a terra era boa.
Entretanto, 10 deles, por medo, passaram a mudar a opinião a respeito de
Canaã e infamaram (mal disseram) a terra, que, na realidade era uma
terra muito boa. (Nm 12.32) A infamação, ou maledicência é algo terrível
e nos conduz a testemunhar falsamente quando o que Deus nos pede, no
mínimo, é que fiquemos calados.
Muitos crentes em Jesus estão se
perdendo e não percebem isso, porque a Palavra já não entra nos seus
corações. Tem muita gente testemunhando falsamente e pelos motivos que
aqui apresento, mas eles não percebem isso. Vigiemos!
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