Denúncias do Ministério Público e investigação da Polícia Federal sôbre suposto esquema de lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro e formação de quadrilha obrigaram a Polícia Federal a convocar o "empresário" Percy Ribeiro da Costa,66 e seus cinco filhos a prestar depoimentos para explicar suas relações com negócios ilícitos como "crimes de agiotagem" e sonegação de impostos. 

Acontece que, Costa,há algum tempo atrás, expandiu seus "negócios" para o Litoral Norte de SP. E, nos seus documentos investigados, foram encontrados, entre outros, nada mais nada menos do que os nomes dos atuais prefeitos de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva, de Paulo Julião de São Sebastião e de seu assessor de governo e ex-gerente do Porto/Dersa , Vilson Costa. 

Pode ser a ponta de um iceberg. Costa esta investigado por sonegar pelos menos 90 milhões de reais à Receita Federal. 


O "cacique" político da região Paulo Julião, ex-operador da Petrobrás, tornou-se uma das grandes fortunas da região,já foi líder do governo Covas na Assembléia Legislativa , duas vezes prefeito de São Sebastião e concorre pelo PSDB à mais um mandato nas próximas eleições. 
Antônio Carlos da Silva, de sua origem pobre de Lorena,onde já foi acusado de pertencer à quadrilhas de roubo de carga e tráfico de drogas, não resta nada. Mesmo em tempos "bicudos" de desemprego e arrocho salarial como o nosso,ganhou dinheiro, ficou rico e é dono de quase toda Caraguatatuba.Ex-presidente da Associação Comercial de Caraguatatuba, reza a lenda, que teve sua ficha "limpa", por ação do dep.federal Ary Kara, (malufista de carteirinha),elegeu-se prefeito pelo PFL,traiu ,foi expulso do partido e já no PSDB reelegeu-se pagando a média de R$ 50,00 pelo voto e é o atual presidente da legenda atualmente. 

O litoral norte de SP, mesmo São Sebastião sendo a cidade mais rica do interior, sempre foi uma região "esquecida" e sem grande expressão política na mídia nacional.Como região de fronteira, com muitas entradas e saídas, pelo mar de um lado e do o entorno da Mata Atlântica, pouco conhecidas, com uma população pobre e desorganizada socialmente, tornou-se o ambiente propício para crimes de tráfico,contrabando,exploração da prostituição,turismo sexual, agiotagem e outras tantas modalidades imersas nos subterrâneosda indústria do turismo local. 

Mais do que em qualquer outro lugar, os criminosos da região, sempre se beneficiaram das relaçõescom poder para garantir sua impunidade e continuar cometendo seus crimes, num roteiro já bem delíenado e conhecido de todos.Há casos, como nos tempos dos anos de chumbo da ditadura militar, de um conhecido delegado de polícia comandar o tráfico e contrabando, chegando a utilizar a própria viatura policial para transporte de mercadoria contrabandeada. 

Com os novos métodos do Ministério Público e do Ministério da Justiça nas investigações desta natureza, executadas pela Polícia Federal, sem as distinções sócio-econômicas que sempre dificultaram a implantação da ordem institucional ampla,protegendo os famosos "crimes dos colarinhos brancos" abre-se a possibilidade de ser mais ágil a aplicação da lei. 


A condução das investigações e a aplicação das leis onde, nunca foram aplicadas antes com o rigor devido,representa um avanço judicial, que pode resultar em novas conquistas para a política social da região.Certamente é o que a população trabalhadora caiçara, espera acontecer. 

E ainda há, quem quer impedir o Ministério Público de investigar.Esse caso do Litoral Norte é emblemático , de quanto, prejudicial será se esta decisão for tomada pelo Congresso. 

O Estado deve existir para atender as necessidades de seus cidadãos e não para proteger criminosos.