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domingo, 19 de julho de 2015

A possibilidade de Impeachment é nula





A possibilidade de Impeachment é nula











Rejeição nas contas, estagnação econômica, casos de corrupção e outros fatos que afetam o PT são grandes argumentos para a oposição, mas não dariam origem a um processo de Impeachment. Não na conjuntura atual...
Os defensores do Impeachment dizem que Collor foi destituído por muito menos: um Fiat Elba e uma reforma em sua casa, pagos com um cheque de uma conta fantasma de PC Farias. E é verdade...
Desde esse ponto de vista, o Impeachment de Dilma seria inevitável. Mas há um contexto enorme por trás das situações de cada um que acaba com essa lógica.
A força política de Collor em 1992, anos do Impeachment, equivalia a de um veleiro em meio a uma tempestade.
O PT está em uma tempestade, mas é um transatlântico político.
Explico a metáfora.
Collor não tinha maioria no Congresso, havia perdido o apoio da mídia, governou por dois anos e era alvo direto de acusações de corrupção (o que acabou com a popularidade dele).
Dilma e o PT vivem uma realidade muito diferente. Explico essa realidade em cinco fatos.
1- Dilma tem maioria no Congresso: vocês acham que o PMDB anda revoltado com o PT? Que nada! Eles só querem mais cargos e verbas. Estão conseguindo, claro (o sistema do Presidencialismo de Coalizão funciona assim). E por isso a aliança se mantém, a despeito das interprtações de crise feitas pela mídia e oposição. O fato que comprova a relação é simples: o PT consegue aprovar suas medidas mais importantes, como o ajuste fiscal, algo que não seria feito em verdadeiros tempos de crise política (medidas importantes para o governo são melhores para “troca de favores”, e não são aprovadas até que a base aliada esteja satisfeita).
2- Tem apoio de parte da mídia: a Grande Mídia se opõe, mas a imprensa progressista ainda “fecha” com o PT. Simpatizam ideologicamente com o PSOL e outros partidos de esquerda, mas o principal apoio é ao PT. E uma simples leitura na Carta Capital ("clique aqui" para ver o texto em que a revista declara apoio à Dilma), no “Blog Cidadania”, no “Cafezinho”, “Tijolaço”, Brasil 247 ou qualquer outro desses meios de comunicação de esquerda mostram como o PT anda com bastante apoio entre os formadores de opinião pública, principalmente na Internet.
3- O PT é alvo de acusações de corrupção, mas não perderia apoio da militância: se cresce uma possibilidade de Impeachment, os petistas (que andam escondidos nos últimos meses) não pensarão duas vezes antes de vestir a camiseta vermelha com estrela e ir à Avenida Paulista ou à orla de Copacabana. 
Dilma pode estar em um momento ruim com sua base eleitoral devido, principalmente, a ajuste fiscal que promove e aos ministérios que escolheu, mas alguém duvida que uma eventual intenção de Impeachment dos conservadores levaria milhares às ruas? Isso aconteceu com Collor, mas os “caras-pintadas” protestavam contra Collor.
4- O PT vem de um governo de 13 anos: a destituição de um presidente de um partido desconhecido (PRN, atual Partido Trabalhista Cristão) que governou durante dois anos é muito diferente do Impeachment de um partido de massas (o PT, o único partido de massas do Brasil, aliás) que governa há mais de uma década. 
O PT tem uma lista enorme de conquistas desses 13 anos. Collor nem teve tempo de fazer uma agenda positiva. A contra argumentação é muito diferente nos dois casos. A população tende a se indignar mais com um partido que pouco fez. O PT, apesar dos problemas, erros e omissões, tem milhares de argumentos para permanecer no poder. E isso faz toda diferença.
5- As manifestações pelo Impeachment perderam força: o excesso de raiva, a carência de argumentos ou objetivos e os “flertes” com correntes autoritárias acabaram com a força política dos movimentos que lutam pelo Impeachment, como o “Movimento Brasil Livre” ou o “Vem Pra Rua”. As manifestações acabaram (apesar de terem sucesso em sua époa), mas o movimento não evoluiu. E, com isso, estão fadados a desaparecerem com o tempo.
Enfim: o PT não tem chances concretas de sofrer Impeachment. Hoje a oposição fala de destituição porque esse é seu papel político. Mas ela precisaria de provas que vinculassem o nome de Dilma a um caso de corrupção para conseguir levar a destituição a plenário. Só um fato gigantesco desses poderia mudar toda essa conjuntura narrada acima.
Por outro lado, o PT se mantém confiante e também representa um papel político: sendo governista, se protege das críticas e pretende demonstrar força.
E daí vem a declaração de Dilma: “eu não vou cair, isso aí é moleza, é luta política”.

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