Bom dia meus amigos e companheiros, é triste saber que transcorreu a data do dia 18 de março de 2015, data a qual se completou 48 (quarenta e oito anos) da CATÁSTROFE que ocorreu em Caraguatatuba, matando um número relevante de pessoas.
Ocorre que temos uma Lei Municipal Nº 1.565/89 , que "Institui o Dia da Reflexão Sobre o Meio Ambiente e da outras providências". Porém não se cumpre a Lei em nossa cidade, não vimos nenhuma comemoração pela data a qual Caraguatatuba foi inundada, entretanto seria de grande respeito que as autoridades procurassem cumprir o que manda a Lei Nº 1.565/89, na questão ambiental, para que não possamos ser surpreendidos com mais uma Catástrofe.
É com grande pesar que José Luís das Neves reverencia todos os familiares e todas as pessoas que vieram à falecer com a Catástrofe que ocorreu no Município.
Fica aí um protesto para as autoridades municipais do Poder Executivo, do Poder Legislativo , para as Igrejas, e à todos os veículos de comunicação local e, que procurem lembrar daquelas pessoas já se foram naquela data , tendo em vista a tragédia ocorrida em Caraguatatuba/SP. , onde morreu mais de 1000 (mil) pessoas comprovadas e mais de 2000 (duas mil) sem ser comprovadas.
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
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PARA ESTA MATERIA
segunda-feira,
17 de janeiro de 2011
A
cidade contava no último verão com 52 famílias morando em onze
áreas de risco. Na época, estudava-se um meio de evitar a ocupação
de encostas e regiões sujeitas a alagamentos. Mas a questão não é
tão simples de resolver.
Curva
da Casinha, na Serra: deslizamentos, caos. Foto do Blog do Estadão
|
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
Hoje,
o número de áreas de risco aumentou de 11 para 19, segundo
relatório emitido em novembro pelo Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, IPT. Embora sejam 29 as moradias a serem removidas, a
situação inspira cuidados pela proximidade das chuvas torrenciais
de verão
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
O
crescimento desordenado do município traz conseqüências
desastrosas para a sua população. A especulação imobiliária e as
dificuldades de fiscalização completam um quadro de complexidade. O
resultado são deslizamentos de encostas, enchentes, soterramentos,
prejuízos materiais, mortes.
Os
bolsões de pobreza pioram os modos empregados pelo homem para fugir
das intempéries. Em busca do abrigo seguro, ele acaba improvisando.
Surgem os barracos, as favelas, geralmente em áreas ecologicamente
protegidas ou sujeitas a deslizamentos ou alagamentos. São as áreas
de risco.
A
menor chuva traz apreensão aos seus moradores. O pânico impera
quando a terra cede e encobre o barraco ou quando a água alaga tudo
– mais ainda quando mata famílias inteiras. As pessoas estão ali
não por desejo próprio, mas premidas pela necessidade.
É
nesse momento que o poder público precis"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
a agir, identificando essas áreas, removendo famílias, destruindo barracos ameaçados, executando serviços de infra-estrutura, implementando programas sociais que diminuam a exposição dessas pessoas aos riscos naturais ou provocados. É quando entra em cena a defesa civil.
a agir, identificando essas áreas, removendo famílias, destruindo barracos ameaçados, executando serviços de infra-estrutura, implementando programas sociais que diminuam a exposição dessas pessoas aos riscos naturais ou provocados. É quando entra em cena a defesa civil.
DEFESA
CIVIL
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
O
Sistema de Defesa Civil no Estado de São Paulo foi instituído em
1976. A sua criação foi inspirada na tromba d’água que caiu
sobre Caraguatatuba em 18 de março de 1967, matando oficialmente
cerca de 500 pessoas, mas suspeitando-se que esse número tenha
superado a casa do mil. Muitas pessoas e fa"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
mílias inteiras nunca
foram encontradas, jazendo soterradas pelas encostas da Serra do Mar.
O
Sistema de Defesa Civil, que também teve como inspiração os
incêndios dos edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974), com
centenas de vítimas, foi reorganizado em 1995 pelo governador Mário
Covas. A população paulista percebeu a necessidade de criar um
órgão que pudesse tanto prevenir a ocorrência desses eventos como
minimizar os seus efeitos, através de uma ação rápida entre
órgãos públicos e comunidades atingidas.
O
sistema estrutura-se por uma coordenadoria estadual, a Cedec,
subordinada ao gabinete do Governador, seu órgão central;
coordenadorias regionais, as Redec; e 14 coordenadorias setoriais,
que atuam no interior do Estado e na região metropolitana.
Incumbem-se da formação, orientação e o apoio às coordenadorias
municipais, as Comdec.
ATUAÇÃO
EM CARAGUÁ
Este
enorme toco, remanescente da catástrofe de 67, dá
testemunho
da violência das águas que desceram pelas encostas.
Abandonado,
tomado de mato, apodrece debaixo dos fios de
alta
tensão. O senso comum indica que deveria estar protegido
no
museu da cidade.
|
No
último verão, precisamente até o dia 9 de fevereiro, a defesa
civil do Estado já havia registrado 123 municípios em situação de
risco – seis em estado de alerta, 43 em observação e 74 atingidos
por algum tipo de desastre natural, inclusive com vítimas fatais.
Em
Caraguatatuba, em meio a notícias alarmantes de enchentes e
escorregamento de encostas em municípios vizinhos e da região, com
dezenas de mortes, a situação foi tranqüila, apontando apenas um
deslizamento na zona sul.
As
enchentes, no entanto, não deram trégua nos primeiros meses do ano.
Em janeiro houve duas ocorrências envolvendo famílias em áreas de
risco, uma no Jaraguazinho e outra no Morro do Chocolate (descida do
Jetuba). As famílias foram levadas para casa de parentes e abrigos
da prefeitura por agentes da defesa civil e a situação se resumiu
nisto.
Celso
de Souza e Silva, 51, o Miudinho, o então responsável pela comissão
municipal de defesa civil, a Comdec de Caraguatatuba, confirmou que
os alagamentos são problema crônico na cidade. “Quando ocorrem
chuvas mais fortes, praticamente a cidade inteira apresenta pontos de
alagamento, mas basta parar por cerca de uma hora para que a situação
se normalize. Isto é devido à condição de Caraguatatuba de cidade
baixa em relação ao nível do mar”, afirmou. Ele considera bom o
sistema de drenagem, que permite rápido escoamento, sem maiores
conseqüências.
ÍNDICES
PLUVI"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
OMÉTRICOS
OMÉTRICOS
Há
três locais de captação de chuva para aferição dos índices
pluviométricos no município, um na estação de tratamento da
Sabesp, na Martim de Sá, outro na subprefeitura do Massaguaçu e o
terceiro na subprefeitura do Porto Novo.
As
medições são feitas diariamente durante o verão e repassadas para
a unidade do corpo de bombeiros de São José dos Campos, que as
envia ao Gabinete Militar do Governo, órgão central de defesa civil
do Estado e onde se unificam as informações.
Para
se ter uma idéia, até o dia 9 de março deste ano se registraram 63
mm3 de chuva, abaixo do limite pluviométrico suportado pelo
município, que é de 120 mm3/mês. A partir desse limite, a defesa
civil entra em estado de alerta. Em janeiro as chuvas foram mais
intensas, registrando-se 237,7 mm3, o mesmo se repetindo em
fevereiro, com 158,3 mm3, o que provocou as enchentes e os
alagamentos nos primeiros meses do ano.
No
período das chuvas, a defesa civil conta com o Plano Preventivo de
Defesa Civil, o PPDC, que vai de janeiro a março. “Durante esse
período, por força de um decreto do prefeito, todas as secretarias
municipais ficam à disposição da defesa civil em caso de eventos
desastrosos e devem prestar toda a colaboração em equipamentos,
materiais, profissionais e servidores – o apoio é integral”,
conta Miudinho.
ACIONAMENTO
DA DEFESA CIVIL
Eugênio
Campos Júnior,
presidente da Comdec |
A
defesa civil fica 24 horas de plantão, na av. Rio de Janeiro, 451,
Jardim Primavera, perto da delegacia de polícia. Conta com um
caminhão e uma caminhonete e quatro funcionários; os seus recursos
provêm do gabinete do prefeito. Fones: 199 ou 3882-3520. O Capitão
da Reserva Eugênio de Campos Júnior é o atual Presidente da
Comissão Municipal de Defesa Civil, a Comdec, celular nº 12
7813-8948 - ID 96 15501.
"Vejam aí o que ocorreu em "Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
Caraguatatuba em"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
data de 18 de março de 1.967."
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
Caraguatatuba em"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
data de 18 de março de 1.967."
A
defesa civil deve acionada em casos de deslizamentos de encostas da
Serra do Mar onde há moradores, escorregamento de estradas, mesmo
nas laterais de rodovias, enchentes de rios, alagamentos, queimadas;
acidentes de trânsito com vazamento de produtos tóxicos; corte e
poda de árvores em risco e captura de abelhas, marimbondos e vespas;
atua na remoção de famílias em áreas potencialmente perigosas,
como marginais de rios sujeitas a alagamentos.
FAMÍLIAS
Quanto
à ocupação de áreas ecologicamente protegidas, setores da
prefeitura, como secretarias de Serviços Públicos e Assistência
Social, realizam ações visando à retirada de famílias desses
locais, em especial se os pontos apresentam algum risco à
integridade física.
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
Levantamento
feito no início do ano identificou a existência de 52 famílias
residindo em locais de risco, cuja remoção está sendo estudada,
sendo retiradas todas as famílias que residiam na beira do rio.
Hoje, segundo relatório emitido em novembro pelo Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), são 29 as moradias que ainda devem
ser removidas.
Quando
a remoção familiar é de caráter permanente, o imóvel é
destruído se estiver em área de preservação ou em mau estado,
evitando-se novas ocupações. Se a remoção é temporária, as
pessoas são levadas a casas de parentes ou abrigos da prefeitura –
escolas, ginásio de esportes, centros comunitários.
ÁREAS
DE RISCO"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
Prevenir
sempre, para não
lamentar depois... |
No
início do ano eram onze as áreas de risco. Hoje, esse número de
áreas de risco aumentou para 19, segundo o mesmo relatório IPT.
Elas estão localizadas no bairro Jaraguazinho, Rio do Ouro, Benfica,
Jardim Francis (morro da Martim de Sá), Sumaré, Cantagalo, Casa
Branca, Olaria, Jardim Santa Rosa (Morro do Chocolate, na descida do
Jetuba, ao lado da rodovia), Tinga de Cima e Jardim Itaúna, no final
do Tinga. Basicamente são áreas localizadas nas encostas da Serra
do Mar e marginais de rios.
Muitas
dessas áreas, como o sopé do Morro de Santo Antonio, no Sumaré, e
Morro dos Mineiros, no Cantagalo, e ainda as marginais do Rio
Guaxinduba, também no Cantagalo, enfrentam processo acelerado de
enfavelamento, com centenas de ocupações desordenadas e
clandestinas.
Basta
olhar para a base do Morro do Mirante durante a noite para comprovar.
As centenas de luzinhas na mata indicam cada ocupação irregular.
Como obtêm energia elétrica é algo a ser investigado pelas
autoridades; clandestinas, legalmente não teriam como ter acesso a
ligações.
ALAGAMENTOS"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
Além
dos deslizamentos, o transbordamento dos rios e alagamentos
ocasionados pelas chuvas são problema que desafia a ação
governamental. O bairro do Rio do Ouro sofre com enchentes no ponto
onde termina a rua Irmã São Francisco. Ali, a situação é
delicada e inúmeras famílias entram em desespero quando a chuva
engrossa um pouco mais.
Alagamento
defronte da Secretaria de Administração e da Câmara de
Vereadores
|
Todavia,
não são apenas os bairros periféricos que enfrentam esse problema.
Na esquina da Frei Pacífico Wagner com a rua Sebastião Mariano, no
coração da cidade, a situação não é diferente. O mesmo ocorre
defronte da Câmara Municipal, da secretaria de Administração e da
prefeitura. A Anchieta, a avenida da praia e a av. Brasil, no
Ipiranga, igualmente possuem pontos críticos de alagamento.
A
verdade é que o escoamento nesses locais é rápido, demandando
poucas horas para a situação se normalizar. Mas não deixa de ser
desconfortável aos moradores, motoristas, transeuntes e turistas
depararem-se com casos assim a cada chuva forte. Uma situação,
enfim, a ser enfrentada com uma dose extra de determinação.
CATÁSTROFE
COMPLETA 48 ANOS EM 2015
Quem
presenciou a tragédia não a esquece jamais. Hoje, mais de quatro
décadas depois, as pessoas ainda se emocionam quando se recordam
daqueles dias que sucederam o 18 de março de 1967. Se acontecesse
hoje, ninguém sabe quais seriam as conseqüências.
Rio
do Ouro e Ponte Seca: o que sobrou. Foto: Blog do Estadão
|
A
história local mostra que os fenômenos climáticos costumam se
repetir ao longo das décadas, provocando grandes estragos e
inundações.
Um
ofício do presidente da Província, datado de 21 de fevereiro de
1859, por exemplo, registra “...devido aos repetidos temporais de
pesadas chuvas, que há mais de um mês desaba em todo o município,
em especial um que houve no dia 20 de janeiro, que por um pouco não
arrasa Caraguatatuba...” Fato semelhante se repetiu em 1944.
Não
se pode, assim, perder de vista a tragédia de 67. Inibir a ocupação
de encostas e a existência de núcleos residenciais em locais
sujeitos a enchentes ou deslizamentos é preciso. Um plano diretor
deve orientar na expansão da cidade e na formação de novos núcleos
residenciais. Não se admite que no futuro sejamos responsáveis pela
morte de pessoas ante a nossa omissão no momento presente.
Memorial
da catástrofe, no cemitério municipal. Aqui
repousam os
restos mortais dos que sucumbiram em 67.
As
madeiras entrelaçadas lembram a quantidade enorme
de
árvores arrastadas pelas águas. Obra é do arquiteto
caiçara
formado
pelo Módulo, Mauro Apingorá.
|
O
memorial dos mortos da enchente erigido no cemitério local é
importante como um alerta concreto. O toco da catástrofe existente
na rua Irmã São Francisco também deveria ter semelhante
significado. Tudo para que vítimas de 67 não tenham perecido em
vão. O seu sacrifício, que ensejou a criação do sistema de defesa
civil no Estado, poupando vidas, também deve servir de advertência
para que o homem avalie melhor sua atuação no meio ambiente. A
natureza, quando agredida, responde matando. O"Vejam aí o que ocorreu em Caraguatatuba em data de 18 de março de 1.967."
s exemplos são muitos.
DIA DE REFLEXÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE
Poucos
se dão conta, mas o dia 18 de março, a teor da lei municipal 1565,
de 1989, é instituído no calendário oficial de Caraguatatuba como
o Dia da Reflexão sobre o Meio Ambiente.
Nesse
dia, deveriam ser realizados eventos de conscientização dos
cidadãos, em especial estudantes, sobre a importância do tema. Os
órgãos públicos do município deveriam dedicar uma hora de seu
expediente para realizar com seus funcionários eventos com fins
ambientais educativos. Também deveria ser observado luto oficial
para reverenciar a memória daqueles que tombaram de 18 de março de
1967. Deveria, deveria, deveria...
LEI
Nº 1.565
(Institui
o Dia da Reflexão sobre o Meio Ambiente e dá outras providências.)
Doutor
José Bourabeby, Prefeito Municipal da Estância Balneária de
Caraguatatuba Municipal aprovou e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo
1º – Fica instituído o “Dia Municipal de Reflexão sobre o Meio
Ambiente”, a ser comemorado no dia 18 de março.
§
1º- Caberá ao Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura
Municipal, coordenar e organizar os eventos, que terão a finalidade
de conscientizar os cidadãos em especial os estudantes, sobre a
importância do tema.
§
2º- Os órgãos públicos com sede no município deverão dedicar-se
neste dia, uma hora de seu expediente para organizar e realizar com
seus funcionários eventos alusivos a data, com fins ambientais
educativos.
Artigo
2º – Na mesma data, deverá também ser observado luto oficial,
para reverenciar a memória das vitimas da catástrofe de 18 de março
de 1967, neste município.
Artigo
3º – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário,
Caraguatatuba,
14 de abril de 1989.
Doutor
José Bourabeby - Prefeito Municipal
O
RELATO DO CAOS
O
livro “Santo Antonio de Caraguatatuba”, editado pela Fundacc,
registra o que foi a catástrofe de 1967.
“Cada
pedaço de terra de um bairro desta cidade poderá ter sepultado
vários habitantes, transformando em um grande cemitério. Muitos
corpos jamais foram encontrados, principalmente aqueles que
foram arrastados para o mar e impelidos pelas ondas para pontos bem
distantes.
Blog
do Estadão: registro do que sobrou de Caraguá...
|
De
acordo com o posto da Fazenda São Sebastião, ou "dos
Ingleses", os níveis pluviométricos no mês de março
registraram um índice máximo de 851 mm3 - sendo 115 mm3 no dia 17
(março de 1967) e 420 mm3 no dia seguinte, não acusando índice
maior devido à saturação do pluviômetro. O rio Santo Antônio,
que corta a cidade, alargou-se de 40 para 200 metros. Famílias
inteiras dessa pobre gente ficaram soterradas sob toneladas de lama,
sem que se saiba, até hoje, quem eram as pessoas, ou que nomes
tinham. Falou-se em 500, mas sabe-se que foi muito mais.
Caraguatatuba está submersa e isolada de todos.
No
dia 18, às 13 horas, veio a avalanche total de pedras, árvores e
lama dos morros Cruzeiro, Jaraguá, Jaraguazinho, próximos da
cidade. Às 16h30, outra frente abria-se no vale do rio Santo Antonio
e este se alargou de 10-20m para 60-80m. No bairro Rio do Ouro,
gigantescas barreiras começaram a cair pela manhã, formando uma
enorme represa que estourou algumas horas mais tarde, desaparecendo
com o bairro e provocando o deslocamento da ponte principal do rio
Santo Antonio. Caso não tivesse acontecido esse deslocamento, a
cidade inteira teria sido inundada e coberta pelas águas.
A
estrada da serra, em sua maior parte, foi destruída, não sendo
possível reconhecer seu antigo traçado em muitos trechos, onde se
formaram precipícios de mais de 100 m de profundidade. A estrada de
Ubatuba sofreu quedas de barreiras nos trechos de Maranduba, Jetuba,
Sumaré, Prainha e Martim de Sá, recobrindo seu leito em 80 cm de
lama.
Um
balanço da situação em 21 de março de 1967 apresenta o seguinte
quadro: 30 mil árvores desceram as encostas do morro e se espalharam
em volta da cidade; cinco mil troncos rolaram e soterraram casas,
destruindo parte da BR-6; 400 casas desapareceram debaixo da lama; um
ônibus lotado de passageiros desapareceu e vários carros ficaram
isolados; na Fazenda São Sebastião havia dezenas de mortos e
feridos; três mil pessoas, aproximadamente, perderam suas casas; 120
mortos já haviam sido encontrados; o número exato de mortos não
poderão jamais ser computados, pois dezenas de pessoas
desapareceram, não restando vestígios. O município contava 15 mil
habitantes”.
domingo, 23
de janeiro de 2011
O
Jornal Imprensa Livre deste sábado (22/01/11) trouxe em manchete
“IPT alerta: enxurrada ocorrida em Caraguá há 43 anos pode se
repetir”.
foto:
blog do Estadão
|
Usou
o termo “enxurrada”, certamente pequeno demais em sentido para
identificar uma catástrofe que oficialmente ceifou centenas de vidas
e extra-oficialmente mais de mil delas.
O
fato é que a geógrafa Kátia Canil, do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas, o IPT, confirmou que o Litoral Norte Paulista
apresenta riscos de sofrer um desastre natural semelhante ao ocorrido
em 1967 em Caraguatatuba.
“Segundo
a técnica do IPT, a enxurrada que devastou Caraguá ocorreu há
quase 50 anos e as possibilidades do evento de repetir são grandes”,
menciona o jornal.
Disse
o óbvio. Não é necessário ser nenhum técnico de um órgão
qualquer para saber que os eventos naturais se repetem de quando em
quando, exatamente por serem “eventos naturais”.
Não
se fala aqui em aumento da temperatura global e outros chavões mais
costurados por técnicos que querem atribuir tudo é que desgraça ao
descontrole da ação humana.
Claro
que a irresponsabilidade do homem no manejo da natureza piora as
coisas, agrava conseqüências, mas não determina a ocorrência de
desastres ecológicos aqui ou acolá.
Assim
fosse, teríamos acontecimentos desta natureza apenas a partir do
momento em que se identificou o “el niño” e a elevação do
aquecimento do planeta. Não seria assim? Ou, pelo menos, não seria
lógico assim pensar? No entanto, as desgraças naturais, ocorrências
que destroem e matam, têm ocorrido ao longo dos séculos e faz parte
da própria história humana.
A
catástrofe de 1967 é citada porque está viva em nossas memórias.
Mas Caraguatatuba já experimentou outras de igual ou talvez maior
magnitude. Como na época não havia a presença maciça da mídia
para espalhar o pânico e alardear as desgraças pessoais, tudo ficou
no esquecimento. Também, naquela época, poucos moradores tinha a
cidade e insignificante foi o número dos que perderam suas casas,
familiares e a própria vida.
A
título de exemplo, lembramos que a história de Caraguatatuba mostra
que os fenômenos climáticos costumam se repetir ao longo das
décadas, provocando estragos e inundações devastadores, para usar
termo bem em voga.
Um
ofício do presidente da Província, datado de 21 de fevereiro de
1859, por exemplo, registra o desespero de quem tinha o dever de
cuidar de Caraguatatuba na época. Veja apenas este trecho e tire
suas conclusões:
“...devido
aos repetidos temporais de pesadas chuvas, que há mais de um mês
desaba em todo o município, em especial um que houve no dia 20 de
janeiro, que por um pouco não arrasa Caraguatatuba...”
Vale
lembrar que fato semelhante se repetiu em 1944 e foi igualmente
avassalador.
A
técnica do IPT falou o óbvio. E, por ser o óbvio, ela tem razão:
a catástrofe de 1967 pode se repetir, sim...
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