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terça-feira, 12 de novembro de 2013

DIA 12 DE NOVEMBRO DIA DE SÃO JOSAFÁ



 
12 de Novembro

São Josafá, Bispo e Mártir

Natural de Wladimir, na Volhynia, descendente de família nobre, Josafá Kuncewitcz, com vinte anos de idade, abraçou a vida monástica entre os religiosos da Ordem de São Basílio. Ouvindo, criança ainda; sua mãe com muito fervor falar da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor, seu coração se inflamou num grande amor a este mistério. Este mesmo amor levou-o a achar sua delícia na oração e na prática de boas obras, causando assim admiração aos seus companheiros e servindo-lhes de exemplo. Aluno no Mosteiro de São Basílio, fez rápidos progressos na perfeição evangélica. Obrigava o seu corpo às mais duras penitências; sendo rigorosíssimo o inverno, andava descalço; não comia carne, e do vinho fazia uso só quando a obediência a isto o obrigava; o cilício era seu constante companheiro. Conservou em toda a sua frescura a flor da castidade, que tinha consagrado à Santíssima Virgem. Embora muito jovem, foi-lhe entregue o governo do mosteiro de Byténe; veio a ser arquimandrita de Vilna, e por fim, bem a contragosto, arcebispo de Polotsk. Revestido de tão alta dignidade, outro interesse não conhecia senão rodear de todo brilho o culto divino, e tratar do bem-estar espiritual das ovelhas do seu rebanho. Empenhou todas as energias no trabalho da unificação das Igrejas, em remover o cisma, e reconduzir os hereges e cismáticos à união à Cátedra de São Pedro. O poder e dignidade do Santo Padre tiveram nele um defensor impertérrito contra vis calúnias dos ímpios e acusações injustas.

Incansável no púlpito e como escritor se achava sempre ao lado dos direitos da Igreja. Das mãos de leigos arrogantes arrancava direitos e bens eclesiásticos por eles usurpados. Seu apostolado foi coroado de êxito, pois muitos hereges voltaram ao seio de Igreja. Aos pobres estavam abertas sempre as portas da sua casa e do seu coração. Sua caridade aos necessitados chegou a tal ponto, que certa vez, para socorrer uma pobre viúva, penhorou seu omofório, isto é, seu pálio episcopal. O zelo do jovem arcebispo não podia deixar de provocar as iras ao inferno. Os inimigos da união aspirada por Josafá decretaram-lhe a morte, e ele mesmo em sermão ao povo predisse o seu martírio. Estando em Vitepsk em visita pastoral, de repente viu sua residência atacada, e diversas pessoas da sua comitiva covardemente massacradas. Corajosamente o arcebispo enfrentou os sicários, e com toda a mansidão lhes disse: “Meus filhos, porque matais os meus familiares? Se procurais a mim, aqui estou”. Mal tinha ele proferido a última palavra, quando se precipitaram contra a sua pessoa, maltrataram-no horrivelmente e por fim deram-lhe o golpe de morte.
Com o cadáver atiraram ao rio. Assim aconteceu aos doze de Novembro de 1623, quando Josafá perfazia apenas 43 anos. O corpo do mártir, rodeado de misteriosa luz e boiando à mercê das ondas, foi retirado das águas. Os assassinos, condenados que foram à morte, quase todos abjuraram o cisma e se converteram, dando assim testemunho à verdade e glorificaram o túmulo de sua santa vítima. Numerosos milagres foram observados por intercessão do grande arcebispo, o que determinou sua beatificação por Urbano VIII. Em 1876 o Papa Pio IX com extraordinária solenidade inseriu seu nome no Catálogo dos Santos. Leão XIII estendeu a festa de São Josafá, seu Ofício e Missa a toda a Igreja.
Em 1875 foi suprimida a última diocese na Rússia. Com isto as relíquias do Santo foram transferidas para um outro lugar. No decorrer da guerra 1914-1918 chegaram a Viena, onde se acham depositadas na igreja dos “Unidos” dedicada a Santa Bárbara. O corpo, em parte intacto, vê-se revestido dos paramentos episcopais, deitado num esquife de vidro.

REFLEXÕES

O cisma da Igreja oriental ainda perdura, e deve ser considerada uma grande e dolorosa chaga no corpo místico de Jesus Cristo. Ficaram e continuam separados de Roma os Gregos, os Russos, os Sírios, os Armênios, Coptos, Abissínios, Rumênos e Búlgaros, com um eficiente de mais ou menos 150 milhões de ortodoxos, que tendo aliás conservado a Religião Católica com todos os seus santos sacramentos, não reconhecem na pessoa do Papa de Roma seu Chefe espiritual.
Na idade Média e ainda mais tarde, fizeram-se novas tentativas de reconciliação, porém, sem resultado; nem concílios, nem intermediários, nada conseguiu até hoje reunir as duas Igrejas.
Ingentes esforços têm sido feitos pelos últimos Papas, principalmente por Pio XI, no intuito de fazer desaparecer os preconceitos que naqueles povos até hoje prevalecem contra a Igreja de Roma. São inegáveis alguns bons resultados obtidos neste sentido. Mas estamos longe, bem longe ainda de podermos contar com a volta em breve dos dissidentes.
Dever nosso é, como membros que somos, do Corpo Místico de Cristo, unir nossas orações com as do Santo Padre e da Igreja toda, para que o desejo de Nosso Senhor tenha sua plena satisfação: “Ut omnes unam sint”, que todos sejam unidos. Para a realização deste desejo São Josafá desempenhou admirável apostolado e deu sua vida em holocausto. Oremos — assim reza a Igreja na Sexta-Feira Santa — pelos cismáticos, para que o Senhor, nosso Deus, os livre de todos os erros, e se digne reconduzi-los ao seio da Santa Madre Igreja Católica e Apostólica. Onipotente e Eterno Deus, que quereis salvar todos os homens, e não quereis que nenhum pereça, lançai os vossos olhares de compaixão sobre essas almas seduzidas pelos artifícios do demônio, a fim de que, abandonando elas todas a maldade, se arrependam dos seus erros e regressem à unidade da vossa doutrina. Por Nosso Senhor.

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